Dilma Rousseff e Joseph Blatter decidiram abrilhantar o jogo inaugural da Copa com o seu silêncio. Que rufem os tambores! Certos silêncios merecem estrondosa celebração.
O mutismo de Dilma e Blatter é a redenção das arquibancadas. Em meio aos grandes barulhos do estádio, o silêncio da dupla é extremamente útil para ouvir todos os ruídos da fase de preparação.
Abençoado o país que consegue colocar autoridades e cartolas nos seus devidos lugares. O bode que ocupou a alma nacional informou a Dilma e Blatter: vocês não têm nada a dizer. E os dois se abstiveram de traduzir o vazio em palavras. Mesmo calada, Dilma ouviu xingamentos.
Ficou entendido que, apesar das intromissões da Fifa, apesar dos desvio$, apesar das obras não entregues, apesar do lero-lero, apesar de tudo… Temos Copa. O silêncio de Dilma e Blatter valeu por uma vaia de infinitos compassos, eis a lição escondida sob a eloquência do não dito.
Informações: Josias de Sousa