Tesoureiro do PT em Pernambuco e ex-secretário de Saneamento de Geraldo Júlio, Oscar Barreto sempre se colocou contrário à candidatura própria do partido no Recife. Após a eleição, ele enxerga que o PT pagou um preço muito alto para viabilizar a postulação de Marília Arraes na Capital pernambucana e considera essencial que se faça um balanço do pleito de 2020 antes de projetar cenários do partido para 2022.
Questionado se Marília ganha força como liderança do partido, Oscar diz considerar essa tese “uma bobagem”. “Para o estrago que foi feito, com essa desunião, esse racha do Recife que contribuiu para desorganizar uma aliança unificadas das forças populares, foi um preço muito alto. Depois, os números mostram que ela cresceu nada. João Paulo, em 2016, no auge da crise do impeachment teve apenas 15 mil votos a menos que o PT em 2020. A confusão tão grande criada, vendendo a ideia do novo, de que iria ganhar a eleição, de nova liderança, acabamos contribuindo para um conjunto de derrotas no País, sem aliança, para ter quase o mesmo número de votos de 2016”, criticou. Marília teve 348.126 votos, enquanto João Paulo, em 2016, teve 333.516.
Oscar refutou que o debate do 2022 seja colocado na mesa neste momento e criticou que Marília tenha adiantado essa discussão após o resultado final do pleito do último domingo. “Ela tem modéstia nenhuma, não tem sandália da humildade nenhuma, 2020 depende dos desafios estratégicos nacionais, mas as pessoas não levam nada em conta a não ser uma discussão pessoal. A candidata do PT quer fugir do balanço, o balanço é que perdemos, não tem nada de positivo, apenas coisas negativas. O PT fez uma aposta alta e havia uma promessa grande, no final quem prometeu não entregou”, finalizou Oscar.
Informações: Folha PE