Mesmo sem nenhum caso confirmado do novo coronavírus, Toritama, município de 45 mil habitantes no Agreste de Pernambuco, abriu as portas nesta quinta-feira (2) do novo Hospital de Campanha montado para tratar pacientes de pequena a média complexidade da covid-19. Essa foi uma das medidas adotadas para o combate da pandemia desde que a prefeitura instaurou um comitê de crise, há um mês. Os esforços renderam menção do secretário Estadual de Saúde, André Longo, que parabenizou o município pela atuação.
“Será de grande ajuda ao Estado que outros municípios, muitos inclusive maiores e com mais estrutura – me refiro àqueles com mais de 100 mil habitantes ou que são sedes de regionais de saúde – sigam o exemplo de Toritama e disponibilizar leitos intermediários ou de UTI para ajudar no esforço que o Governo do Estado está fazendo”, declarou nessa quarta-feira (1), em coletiva de imprensa.
Com quarenta leitos, a unidade foi erguida em dez dias e funciona no prédio da escola José J. de Araújo, ao lado do hospital municipal, na av. João Manoel da Silva, principal via da cidade. Ao todo, o investimento aplicado foi de R$ 1,2 milhão.
De acordo com a secretária municipal de Saúde, Andrea Melo, os recursos contemplaram a compra de macas, camas, testes rápidos, equipamentos – como gasômetro (analisador de pH em gases sanguíneos), monitor multiparâmetro, laringoscópio e eletrocardiograma – e cinco ambulâncias, essas com ajuda de aporte federal. A única dificuldade, disse, foi com os respiradores, que estão em falta em todo País.
A estrutura vai atender exclusivamente os casos suspeitos ou confirmado do coronavírus. O local estratégico ao lado do hospital vai permitir que os pacientes sejam transferidos rapidamente e isolados para conter uma possível disseminação. O equipamento tem capacidade para assistir os quadros de baixa e média complexidade, enquanto os mais graves serão levados para o Hospital Mestre Vitalino, em Caruaru.
Além da instalação, a secretária afirmou que o município está investindo em ações educativas e de comunicação.
“Houve toda uma reeducação sobre higienização – como lavar as mãos, usar o álcool-gel, não colocar a mão no rosto, tossir com etiqueta – para que as pessoa tomassem consciência. Tenho constantemente ido às rádios de Toritama, às escolas. A equipe da Saúde foi dar treinamento aos professores. Realizamos panfletagem no complexo Parque das Feiras e estamos tendo uma divulgação em massa nas redes sociais,”, citou. “Teve toda uma precaução para, quando chegasse essa hora do isolamento social, a gente tivesse aceitação da população.”
As iniciativas, falou, têm surtido efeito. “Uma vez ou outra tem uma situação que sai do controle, mas, de maneira geral, as pessoas estão sendo bastante solidárias e compraram a ideia de que, ficando em casa, você está fazendo o bem.”