Do blog do Magno
Sobrou para os vereadores o papel de cobaia na eleição do ano que vem quando será testado o fim das coligações proporcionais. Um duro golpe para os atuais parlamentares municipais, que enfrentarão muito mais dificuldades para emplacar um mandato. Tudo porque acabam os chapões e chapinhas e só sobreviverão os candidatos que estiverem em partidos que alcancem o coeficiente eleitoral.
No caso do Recife, por exemplo, cujo cociente é de 23 mil votos, o partido em disputa tem que atingir os 23 mil para eleger o primeiro e 46 mil o segundo e vai por aí afora. Qual legenda tem tamanha capacidade para botar tantos votos no balaio? Os grandes? Dependendo da chapa, talvez.
Mas os pequenos serão esmagados. Na prática, o fim das coligações foi concebido pelo Congresso para tirar o mandato de muitos vereadores de partidos nanicos no Brasil. Desafio aos deputados repetirem o mesmo modelo para eles em 2022. Não dão tiro no pé.
Em entrevista ao Frente a Frente de ontem, o professor e cientista político Maurício Romão detalhou as mudanças nas eleições proporcionais de 2020. Segundo ele, mais de 70% dos partidos não têm condições de atingir, isoladamente, o cociente eleitoral. A saída já começa a ser colocada em prática: a fusão de partidos. PSL e PRTB já estão discutindo essa possibilidade.