A coluna de Denise Rothenburg, nesta quinta-feira (30), no Correio Braziliense, traz a informação de que o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff, ambos do PT, estariam articulando a formação de uma frente política em Pernambuco.
O grupo teria o objetivo de forçar o governador Eduardo Campos – que ensaia se candidatar a presidente como concorrente de Dilma – a ocupar o campo da oposição ao PT no estado, processo que já teria se iniciado, segundo avaliação dos petistas, quando Campos se aproximou de lideranças como Roberto Freire (PPS) e Jarbas Vasconcelos (PMDB).
“Sob as bênçãos de Lula e de Dilma, há uma tentativa de juntar os senadores Armando Monteiro Neto, do PTB; o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho; o senador Humberto Costa, do PT; os deputados João Paulo Lima, petista, ex-prefeito de Recife; e Dudu da Fonte, do PP. Desse bloco sairia o candidato a governador, o vice e ainda o nome ao Senado”, diz a colunista.
Esta seria a segunda etapa da desconstrução da imagem de Eduardo Campos. A primeira foi a tentativa de isolar o socialista nacionalmente, com a dança das cadeiras nos ministérios, contemplando PSD, PDT e outros aliados, fortalecendo os laços com aqueles que estavam sendo seduzidos pelo governador de Pernambuco.
A segunda parte da desconstrução é isolar Eduardo Campos também em Pernambuco, onde ele tem aprovação superior a 80%. A colunista afirma ainda que aliados do governador estariam reclamando do estilo centralizador do gestor. Na esfera estadual, há quem reclame de uma ‘baianização’ ou ‘venezuelização’ da política pernambucana, comparando Eduardo a caciques políticos que não toleram as coisas feitas de forma diferente daquilo que desejam. “Ele quer tudo, assim não dá”, é o que mais se ouve nos bastidores de pernambucanos que se colocam como aliados do governador. Assim, o feitiço do isolamento que Eduardo lançou sobre o PT em 2012, na eleição municipal, se volta agora contra ele.